Nessas horas
que o mundo morre
e que toda
puta e vagabundo vaga
como companheiros
meus pelas veredas
dessa cidade-sombra.
Sinto-me mais vivo e pulsante do que nunca
Vago com o orgulho de um fidalgo passeando
Becos fétidos, mijo curtido
Bingas de cigarro por toda parte
A promessa de sexo, álcool e morte
na próxima esquina.
Conheço
todos os vermes dessa sarjeta
a mesma
sarjeta que ignoras
com os teus
nojos burgueses
e seu olhar
conservador hipócrita
a puta que
te excita e deseja secretamente
que teu pau pudesse penetrá-la
Enquanto me embriago
em teu sexo e sorvo
todo o prazer
que lhe paguei para ter
sem culpa ou remorso alguns.
Conheço
todos os vermes dessa sarjeta
Longe da
decadência dos botecos em
que afogo
todas as minhas mágoas
para que voltem como mortos-vivos
a me assombrar em noite de Halloween.
Onde teço as
mais finas teorias sobre o mundo
E a mais
sofisticada filosofia metafísica
A metafísica
da dor e da desesperança
Dor de olhar
todos os dias para esta horda
de seres sem
vontade, vagando por estes
Caminhos de
concreto e asfalto sem vida
Desesperança
de ser obrigado a viver
Sem vislumbrar
um fim para tanto non sense,
um teatro de
bizarras apresentações.
Conheço todos os vermes dessa sarjeta
pois eis que são meus iguais.
Não, aqui
não é Paris.
Nenhum comentário:
Postar um comentário