quinta-feira, novembro 13, 2008

Sentimentos Fluidos

Imaginei teu rosto molhado

pelas lágrimas que misturadas à

água da chuva derreteram por

completo a sua maquiagem que

resistira à toda noite e nesta

manhã cinza, esta chuva lúgubre

todos os nossos sentimentos

tornaram-se fluidos, etéreos...

Neste instante, imaginei que a

amava mais que todas as outras

coisas e mesmo este pensamento

tornou-se fluido.


Finalmente percebi, mesmo que

fluidamente em todo este momento

grandioso, a única coisa que não

se tornou fluida, foi o silêncio que nos toca.

Este imenso silêncio que diz mais que

qualquer palavra divina.


Eu a toco. E o silêncio permanece.

Como um manto que nos protege.

Eu a beijo e nossos corações

se falam.

segunda-feira, novembro 10, 2008

Escutar a música na pista de dança.
Dançar até que os seguranças do local avisem que acabou. Mas a sua mente ainda acredita que a realidade lá fora é cruel demais para abandonar esse sonho, então você segue em frente, dá um olhar perdido para o lugar, acompanha seus amigos. As mãos dadas para o abismo da realidade. O sol, a rua e os carros. As pessoas passando para trabalhar. O seu rosto está suado, sua maquiagem não existe mais. Seus olhos, mesmo que não seja, parecem os de um drogado. O andar trôpego. As piadas matinais. Resumos dos outros amigos que curtiram junto, ou sumiram em algum lugar obscuro, mas sabem que conversar dentro da balada as vezes é difícil. Aos poucos, vê-se de novo, inserido novamente, lentamente acordando de mais uma noite bem vivida. O cabelo fede à cigarro. O sonho se esvanece, Apolo te acorda, novamente. Para continuar morrendo todos os dias.
Escutar a buzina do carro que passa...