E quando chorar é a única saída?
Importa a lágrima caída?
Ou tampouco é sentida?
Dor sentida
Que é (res)sentida
Posto que não havia outra saída.
E quando chorar é a única saída?
Sob a lua e as estrelas
Sobre os lençóis da meretriz
A gueixa que te deixa de mãos vazias
e o amor-capital de uma noite paga
para esconder uma tristeza fria
Te abandona
como breve despedida
e um porto, outra partida
Importa a lágrima caída?
Que se faz surgir entre os beijos dos amantes
Felicidade traída por uma tristeza ímpia
Sobre os lençóis de uma ilusão tardia
O vinho e absinto guiam-nos pelo caminho
em que seria tão pouco sentida?
E quando derramar lágrimas
não é mais saída?
Por que insistiria
E quando chorar... não é mais saída?
domingo, outubro 16, 2011
Gritos Impossíveis
Meus olhos nada viam
Disseram-me que eu estava só
Que tudo era sonho
e álcool
e sexo
e dinheiro
Tamparam meus olhos
E me disseram: está só!
E pergutaram: que é você?
Quem é você?
Joguei meu nome no Google
Na vã esperança de me encontrar
na Wikipédia. O eu-vocábulo
O eu que era. O que era? Quem era?
Qual era?
Nada.
A voz proferida por não sei quem
Quê?
Ecoou por todos os lados
E meus gritos ecoaram por todos os lados
Todos os lados do meu quarto
Fui para o quintal e gritei
em meio à árvores meio mortas de solidão
e fiz ressoar por sua folhas
e galhos
e troncos
e raízes
o som de todos os meus sonhos
Fui para a rua
Apenas para incomodar os autômatos
caminhantes dentro de suas carroças de ferro e aço
Já era! Havia perdido a sanidade?
As mãos encontraram a face úmida
em desespero
Parado como estátua em plena Presidente Vargas
Esfinge de mistério para os que passavam por ali.
Então, ecos.
Reverberavam pelo mundo os ecos
de milhares de solitários e loucos
Loucos, pois acreditavam em sonhos
e no agora
e na mudança
e no impossível
Outros sotaques, idiomas, gêneros, religiões
O mundo enviava para mim todas aquelas
vozes alquebradas pelo tempo
e pelo esquecimento
Eram meus iguais e suas vozes
repetiam o mesmo que a minha
cada um à sua maneira
cada um entoando o cântico coletivo do impossível.
Disseram-me que eu estava só
Que tudo era sonho
e álcool
e sexo
e dinheiro
Tamparam meus olhos
E me disseram: está só!
E pergutaram: que é você?
Quem é você?
Joguei meu nome no Google
Na vã esperança de me encontrar
na Wikipédia. O eu-vocábulo
O eu que era. O que era? Quem era?
Qual era?
Nada.
A voz proferida por não sei quem
Quê?
Ecoou por todos os lados
E meus gritos ecoaram por todos os lados
Todos os lados do meu quarto
Fui para o quintal e gritei
em meio à árvores meio mortas de solidão
e fiz ressoar por sua folhas
e galhos
e troncos
e raízes
o som de todos os meus sonhos
Fui para a rua
Apenas para incomodar os autômatos
caminhantes dentro de suas carroças de ferro e aço
Já era! Havia perdido a sanidade?
As mãos encontraram a face úmida
em desespero
Parado como estátua em plena Presidente Vargas
Esfinge de mistério para os que passavam por ali.
Então, ecos.
Reverberavam pelo mundo os ecos
de milhares de solitários e loucos
Loucos, pois acreditavam em sonhos
e no agora
e na mudança
e no impossível
Outros sotaques, idiomas, gêneros, religiões
O mundo enviava para mim todas aquelas
vozes alquebradas pelo tempo
e pelo esquecimento
Eram meus iguais e suas vozes
repetiam o mesmo que a minha
cada um à sua maneira
cada um entoando o cântico coletivo do impossível.
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