domingo, maio 31, 2009

Eu que fui vitima do amor
Amado contra as minhas vontades
Não havia pedido esta condição
Eu fui amado sem saber que era

Ela que foi vitima da dor
Amando-me com toda vontade
Implorava por esta condição
Tinha amado sem saber a quem

Eu sem saber que era amado
Vivia rodeado de amores
Enebriado por cheiro de flores
Próximo a floresta encantada

Ela sem saber o que era amor
Vivia rodeada de dessabores
Aspirando a flores
Sonhava com um conto de fada

Eu disse: que faço eu por teu amor
Que outros não poderão fazer
Por ti não sinto amor, nem pena
Só não derrame tuas lágrimas de virgem
Moça bela, que por elas não dou preço

Ela: que por mim, talvez, não tenha apreço
Nem que de meu amor queira saber
Por ti sinto amor, desses bem antigos
Se derramo lágrimas virginais
Aqui na alma é amar que não pede em troca

Eu: que este amar teve lá seus usos, não nego
Mas que vem agora me exigir fora de meu tempo
Amor que não mais existe? Tola! Boba! Vais viver!
Meu tempo aqui viverei de um só gole
Nos doces lábios das damas, virgens e meretrizes

Ela: dói-me ca n'alma que se vai perdendo assim...

Eu: sshh que se assim vou me achando,
E achando sigo, que faça assim que um dia te achas

Ela: não! Triste ver meu amor assim terminar!

Amor que nunca começou pode ter fim?
Presa em tempos idos como peça de museu
Amor que reside nas ideias morrerá sem flor
Viva o momento, que o corvo vem vindo
A rima no horizonte so obedece ao vento
À noite ao vinho e a dança

Desejo até sentir este teu fulgor
Mas que por uma noite apenas
Te deseje e a consuma como ao vinho
Levando-me em valsas intermináveis
Incontáveis melodias, carícias e afagos

Desejo até morrer por ti
Mas que seja por uma noite apenas
Depois da embriaguês desfalecer em teus braços
Sob os lençóis, um sonho teu, fechar os olhos
Morrer por instantes, carícias e afagos!

- Wenceslau Teodoro Coral