terça-feira, maio 11, 2010

Viagem

Ó, pálida Dama
Dance comigo a última valsa
Beba desta última taça
Para não irdes sóbrio
Sem fuga ou devaneio

Ó, pálido desejo de abandonar tudo
Para deitar-me em lugar mais sereno
Onde não lembre mais deste mundo
Onde possa sentir novas sensações

Ó, grande barqueiro
Guia eterno do meu ser
Leve-me deste lugar
Está aqui a tua moeda

Hecate, receba-me em teus domínios
Deixe que adentre em teus infernos
Que tenha vinho e dança oníricos
Que seja sonho até não ser mais.

Wenceslau Teodoro Coral

3 comentários:

Desengavetados disse...

Gosto da sua escrita, ela é meio camaleonica. Ora vc se faz um contemporâneo, ora se faz poeta romântico.
Encantador!
Beijos!

Andréa.

Mundo da Penumbra disse...

Gostei. Bem decadente. Gostei bastante da métrica, mas particularmente gostei da temática grega. Aprecio muito isso num poema: não fugir ao motivo principal.

Carlos Orfeu disse...

inefável caro irmão,cada poema
que li com apreço,e com profundo encanto vou-me há ler e reler