domingo, maio 06, 2012

Fogo e gelo

Em face da sua face frágil, não fraca
Com os cabelos bagunçados, os olhos marejados
Vejo-me em eterna contemplação
De uma estátua barroca
Entre o fogo e o gelo

Com a face de uma força aparente
E um interior de uma doce fragilidade
Que preciso por vezes me esquecer
E quando acontece, quase a quebro
Vendo cair os cacos por toda parte

Contemplo a face da mais bela imagem
Essa harmônica desarmônica harmonia
Em constante ebulição que me fascina
E me irrita, me beija, e se deita
Lânguida, como as ninfas narradas,
contadas, desejadas

Perdendo-me em seus lençóis , não sei mais
De tempo ou intento do vento que corre
Que percorro em seus mares de doces e perco
Prazeres, por vezes, acres, na maior parte, doces

E assim me inebrio de seus olhares envergonhados
No cadafalso dos prazeres
Para secar suas tristezas, para sorver seus sorrisos
Saciar-me de teu corpo, lograr-te minha escrava e rainha
No caos aparente das quatro paredes.

Em 22 de novembro de 2011.

3 comentários:

Unknown disse...

Sem Palavras! <3

Carlos Orfeu disse...

Maravilhosos poemas,caro amigo,e grande poeta
sempre,quando á internet está um pouco mais rapida,sem o ritmo normal dela meia Dom Metal rsrsrs
eu contemplo seus belos versos.

samanthamoragas disse...

Já disse que sou sua fã?