sábado, setembro 14, 2013

Sobre amar

Só consigo amar bêbado.
O amor, por si só, é um tormento
Como poderia suportá-lo sóbrio?
Quem diz ter força para tal, está mentindo!
Ou não ama. Simples.

Quem ama, sente sede, a garganta seca
pedindo por mais um gole que o inebrie
que o encha da lascívia necessária
do pouco de morte que se carrega quando ama
essa sofreguidão que não te deixa respirar

Sufoca e traz em si, morte e vida.
Dor e gozo. Vontade de casa e boemia.
Como pode alguém cogitar ficar sóbrio ante tamanho fardo?
Essa agonia que queima sem parar de dentro pra fora
fazendo o sangue ebulir em formas eróticas

Que entre lençóis se faz em gemidos cálidos
de suplicantes dessa dor que perpassa o corpo e alma
dementes, perdidos, sem querer rumo algum
deixados ao vento da sorte que os leve ao inferno se assim for
para a sublimação dos corpos em êxtase profano

O sacramento sombrio do pacto feito entre dois entes
que se entrelaçam em profusões serpentinas
odiando e adorando, deuses deles mesmos
sem nada que quebre sua fé

Como amar sóbrio se amar é estar bêbado.

Um comentário:

samanthamoragas disse...

Amei. Simples assim.
<3