terça-feira, novembro 13, 2007

Eu não estou nada bem.

Mais uma noite entregue ao nada neste quarto escuro, eu comecei a pensar se tudo não passava de loucuras da minha imaginação fértil, porém tudo se concretiza vazio, sem esperança e não sou eu que vejo o mundo desse jeito, mas sim ele que, simulando uma vontade própria, se mostrou assim, desde o momento que comecei a questioná-lo.
Os meus mitos estão todos mortos e não há ninguém em quem se apoiar, eu não estou nada bem, nada bem mesmo. Meus gritos morrem antes de existirem, reprimidos pelo meu bom senso, treino social muito útil em alguns casos, não sei bem ao certo porque, mas não me sinto bem, pensando que estou com vontade de gritar. Deus está morto e eu não estou nada bem.
O mundo provavelmente já acabou. Não quero ver os seus destroços. Quero mais uma dose de vodka. A chama pálida da vela ondula-se de um lado para o outro, mas a impressão é de ser tão frágil e fugidia. Épocas tão modernas e decorações tão medievais. Eu começo a entender o sentimento de fuga que esse lugar provoca em mim, a música de fundo, as dançarinas e meu copo com muito gelo. Deus está morto, minha mãe está longe e eu não estou nada bem.
Gostaria tanto de uma dose da alienação juvenil que impulsiona com tanto vigor a sociedade rumo ao vazio supremo, sublime e do real. Um mundo feito de imagens arquivadas em película, um mundo com cheiro de sexo descompromissado, o mundo dos sonhos dessa juventude maravilhosa e cheia de vida que para passar o tempo atira uns nos outros, mas nada que pare de vez o bom andamento da história. Como eu gostaria de me sentir vivo mais uma vez, sentindo a convulsiva vontade de não existir. Deus está morto, minha mãe está longe, Nietzsche já vai com Deus e Eu? Eu não estou nada bem mesmo.

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