segunda-feira, agosto 22, 2011

Silêncio

Silêncio!
Eis que o tique-taque do relógio
anacrônico quebra o que ocupara o lugar
destruindo a palavra iniciática.

Silêncio!
Eis que o pinga-pinga da torneira mal fechada atravessa o espaço compreendido entre dois pontos: a cozinha e o quarto, só para fazer companhia ao tique-taque irritante do anacrônico relógio de corda.
Lembrança de um tempo pretérito-mais-que-perfeito no qual tudo me fora mais agradável.

E já não sabia mais se a torneira tiquetaqueava e o relógio pingava.
E o copo na minha frente cheio.

Agora, bem... Agora tenho apenas esse copo cheio de absinto e ideias que não consigo botar no papel à meia luz, que esconde papeis amassados, livros empoeirados e um ser embalsamado no esquecimento.

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