segunda-feira, novembro 28, 2011

Quem Sabe?

Você me diz alguma coisa inútil.
Alguma coisa perturbadoramente e terrivelmente inútil.
Que nada muda.
E assim seguem-se os dias e as noites e as luas.
Cada um por seu caminho solitário.

Que dizer das estações e do tempo
Enquanto se espera o ônibus chegar?
Acerca de que deuses devemos falar
Ao subir o elevador com aquela música de fundo?

Deixe que as coisas sigam seu caminho.
O caminho delas.
São coisas.
Sim.

E acerca de quem falava antes?
De mim ou de você?
Na verdade nunca sei bem ao certo
Nossos corpos queimaram tão intensamente
Que nada poderia separá-los nessa fusão

Mas eis que nos vemos separados
Unha e carne, sangue e ossos
Fendidos pelo destino arbitrário
Cíclico e contínuo. Espaço e tempo.
Abstrações inúteis.

E aquela última garrafa de vodka?
Acho que devemos deixar para outro dia
Em outra existência.
Quando fizermos tudo diferente.
Não?

Um comentário:

Desengavetados disse...

Forte, assim como uma garrafa de vodka pra quem não bebe rs

Continuo a passar por aqui...bjos!
Andréa de Azevedo.