segunda-feira, março 19, 2012

Fúria Bárbara


Nasce o bárbaro sentimento
Do sangue que escorre da barba
Encarnado gesto de consumir
A vida de sentir esvair entre os dentes
A tenra carne
Que outrora fora já não é

Bárbaro nasce sem sentimento
Pela caça abatida
Sacia a fome e a sede
Sangue coagula
Aquece o couro curtido
A pedra encontra a faca
Afia, amola, afia...

Sem sentimento nasce o
Bárbaro caçador
Sem dor no peito apenas pêlo
Forjado peito do metálico labor
Febril sinfonia de mil metais
Desenhando ângulos mortais

Sob imortais deuses invisiveis
Segue cego sua fé
Machado sangue e glória

O sentimento definha o bárbaro
O berço de uma fúria rarefeita
Etéreo gesto de resistir
O Valhalla não é uma promessa
Apenas o mel flor da donzela deflorada
Que jaze sobre cama de peles

Sobre um amor espólio
Ergue sua espada
Deflorara o nunca antes

Parte a fúria bárbara
Sob a luz da alvorada
Tênue luz sobre branco
E carmim coagulado.

Nenhum comentário: